VERTIGO (UM CORPO QUE CAI) - ALFRED HITCHCOCK

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Por favor, não me julguem. Toda temporada de PLL eles procuram referências em filmes de Hitchcock, e nessa temporada não foi diferente. Vertigo está sendo mais usada do que vocês imaginam na 6B. 



Depois que eu postei a teoria Vertigo, se você não leu clica AQUI, e deixei vocês com a missão de mudarem os personagens e criarem um final para a teoria todos ficaram loucos! Vocês me enviaram milhares de teorias sobre o assunto e a teoria foi a mais acessada em apenas uma hora após sua postagem. Parece que consegui deixar vocês interessados, não é? hahah 

Para aqueles que não tem interesse em ver o filme, aqui está um resumo bem detalhado sobre a história de Vertigo. Leiam com atenção e, assim como na teoria, mudem os personagens do filme por personagens de PLL. Vejam como é interessante: 


Vertigo” foi classificado como o nono maior filme de todos os tempos, numa lista do American Film Institute (AFI), elaborada em 2007. Em português recebeu os títulos de “Um Corpo Que Cai” (Brasil) e “A Mulher Que Viveu Duas Vezes” (Portugal). Realizado em 1958, é considerado pela crítica a maior obra do mestre do suspense Alfred Hitchcock.
Tanto reconhecimento deve-se à genialidade com a qual é conduzida a trama, envolvendo o espectador em uma teia de suspense e jogo psicológico, onde a mente é a prisão, a mentora da farsa e a criadora do ápice da tensão. Todo o suspense da obra de Hitchcock é permeado por dramas psicológicos, quase que uma sessão de análise vista não no divã, mas nas páginas policiais, nas seqüências de um dominó mental que gera crimes de impacto.
Nos labirintos da mente, o detetive John Ferguson, numa magistral interpretação de James Stewart, vê-se limitado por uma acrofobia frenética, levando-o ao pânico todas às vezes que é confrontado com situações que o põe em lugares longe do chão. A inteligência aguda do detetive esvai-se na prisão da mente, traduzida na vertigem (vertigo) que dá título ao filme.
Do outro lado do espelho, Kim Novak divide-se em três personalidades que se confundem, a falsa Madeleine Elster, mulher perturbada, caminhando no limiar da razão e da vida; a desprotegida Judy Barton, conduzindo-se pela força romântica do amor; e, a Madeleine Elster recriada por Judy para não perder o amor de Ferguson.
A mente é quem comanda o que se acredita, o que se é e o que se acredita ser. No meio do jogo psicológico, o espectro do crime, a manipulação da verdade, suavizado pela presença súbita e inesperada da paixão, do romance que se oferece nas reticências de cada um. Numa trama complexa, Hitchcock conduz o suspense com maestria e objetividade, sem que se perca nas teias das vertigens das personalidades múltiplas dos protagonistas.
Vertigo” tem os elementos fundamentais da obra do mestre, a loira misteriosa, às vezes ingênua, outras sedutoramente fatal. O homem inteligente e obstinado, preso nas limitações da mente e nas armadilhas do amor. O suspense que conduz ao ápice da tensão. O mistério, a trama criminal, a morte e a solução do enigma. E claro, a presença habitual dele próprio, surgindo de relâmpago aos onze minutos do filme. Os ingredientes habituais, que se renovam sempre a cada filme pela genialidade de Hitchcock em conduzir como ninguém uma câmera e uma idéia.

A Proposta de Gavin Elster

Considerado o melhor filme de Alfred Hitchcock, “Vertigo” teve o roteiro baseado no livro “D’Entre Les Morts”, escrito em 1954 por Pierre Boileau e Thomas Narcejac. A adaptação foi feita por Alec Coppel e Samuel A. Taylor. Quando realizado em 1958, mostrou-se inovador ao apresentar, pela primeira vez, um efeito que provoca a sensação de vertigem, destorcendo o cenário, aproximando o objeto em primeiro plano e aumentando o objeto em segundo plano. Desde então, o efeito é freqüentemente utilizado, recebendo o nome de “Vertigo Effect” ou “Hitchcock Effect”.
A trama narra a história do detetive John “Scottie” Ferguson (James Stewart), marcado pela tragédia de perder um colega durante uma perseguição que se desenrolava em cima do telhado. Preso em uma calha, Scottie assistiu ao colega despencar do alto, sem poder ajudá-lo. O trauma acentua-lhe uma acrofobia, tornando-o incapacitado para enfrentar situações que exijam estar em lugares altos. Diante do problema psicológico, Scottie retira-se da polícia.
Seu cotidiano de aposentado sofrerá uma alteração, quando um dia recebe o telefonema de um velho amigo de colégio, Gavin Elster (Tom Helmore), no presente um magnata da indústria naval, propondo-lhe um encontro. Instigado com a novidade, Scottie comenta o fato com a amiga Marjorie Wood (Barbara Bel Geddes), uma designer de propaganda, a quem chama carinhosamente de Midge.
Durante o encontro, Gavin Elster explica que deseja contratar os serviços de detetive do amigo, para que siga a sua mulher, Madeleine Elster. Gavin revela que não suspeita de adultério por parte da mulher, o que o afligia era o fato dela estar visivelmente perturbada, apresentando tendências suicidas. Madeleine parecia herdar a maldição da sua antepassada, Carlotta Valdes, uma mulher que ao ser abandonada pelo amante e perdendo a filha pequena, enlouquecera e suicidara-se. Gavin revela que Madeleine revivia os problemas mentais da antepassada, muitas vezes tomando-lhe a personalidade, pensando ser a própria Carlotta.
Gavin quer que o amigo siga a mulher, pois teme que ela cometa suicídio. Mas Scottie hesita em aceitar o trabalho, recusando-o a princípio. Ele mudará de idéia, quando ver Madeleine Elster (Kim Novak), em um restaurante.

O Mergulho na Baía de São Francisco

O fascínio e a curiosidade que Scottie sente por Madeleine é imediato. A química entre James Stewart e Kim Novak é um dos grandes triunfos do filme. O ator, que vinha de bem-sucedidas parcerias com Hitchcock em “Janela Indiscreta” (Rear Window), 1954, e “O Homem Que Sabia Demais” (The Man Who Knew Too Much), 1956, mais uma vez absorve com maestria o universo do mestre do suspense, fazendo um Scottie obstinado e sem retoques.
Kim Novak exala sensualidade e mistério, emanando uma beleza labiríntica, pronta para atirar qualquer apaixonado ao precipício. Hitchcock tinha pensando em Vera Miles para o papel, mas uma gravidez inesperada afastou a atriz do projeto, fazendo com que a escolha caísse sobre Kim Novak, aqui a desdobrar-se em personalidades plurais, numa interpretação irrepreensível.
Scottie passa a seguir Madeleine por todos os lugares. Age como uma sombra profissional e um voyeur curioso. Seus caminhos vão convergir para a Baía de São Francisco. Paisagem humana e geográfica dividem um enigmático cartão postal. Junto à ponte Golden Gate, Madeleine joga pétalas de flores na baía. Inesperadamente atira-se nas águas, em um mergulho para a morte. O imprevisto obriga Scottie a intervir, atirando-se na baía, salvando a bela mulher de morrer afogada.
Inconsciente, Madeleine é levada para o apartamento de Scottie. Quando recupera os sentidos, mostra-se agradecida ao homem que lhe salvara. Entre os dois nasce um fascínio irresistível, fazendo com que passem a se encontrar muitas vezes, tecendo uma intimidade tensa, movida pelos mistérios da alma de Madeleine, flutuante e quase que inatingível.

Pela Janela da Torre, Um Corpo Que Cai

No meio de um suspense latente, Alfred Hitchcock conduz com sensibilidade o sentimento crescente entre Scottie e Madeleine. O amor é uma constante no meio do suspense tradicional na obra do grande mestre. “Vertigo” não foge à verve romântica dos grandes amores do cinema, mas não se curva a qualquer resquício do melodrama.
Em um dos encontros entre Scottie e a mulher do seu velho amigo e cliente, ela fala dos sonhos estranhos que vem tendo, passados sempre no alto de uma torre com um sino, em uma vila espanhola. É como se através dos sonhos, ela vivesse a vida de Carlotta Valdes, sua infeliz antepassada que vivera no século XIX, mostrada pintada na tela de um quadro.
A descrição da torre com o sino, faz com que a personalidade investigativa de Scottie aflore. Ele deduz que o lugar dos sonhos de Madeleine existe, reconhece-o como sendo a Missão Espanhola de São João Batista, situada a alguns quilômetros ao sul de São Francisco.
A atmosfera psicanalítica da trama conduz as decisões que se irão emaranhar em uma teia. Como numa sessão de análise, Scottie conclui que os pesadelos de Madeleine, a sua tendência ao suicídio, podem ser curados se ela visitar o lugar que povoa a sua mente quando dorme. Scottie propõe que os dois visitem a Missão no dia seguinte.
Juntos, o casal dirige-se para a Missão Espanhola de São João Batista. Quando tudo parece caminhar para o acerto da mente e a quebra dos seus porões, o imprevisto acontece. No local, Madeleine descontrola-se. Corre para a torre e começa a subir uma longa escada de madeira. Scottie corre atrás da mulher, ao tentar alcançá-la, é acometido de uma crise de acrofobia. Paralisado, sem conseguir conter o medo, Scottie assiste atônito, através de uma das janelas, a queda de um corpo. Era Madeleine, que parecia cumprir o destino de sua antepassada Carlota Valdes, atirando-se do alto da torre, numa queda mortal.

O Segredo de Judy Barton

A morte trágica de Madeleine causa uma profunda crise nervosa em Scottie, obrigando-o a ser internado em um hospital psiquiátrico. Ao ter alta, o ex-detetive torna-se um homem obcecado às lembranças da mulher morta. Volta a todos os lugares onde esteve com ela, mantendo uma memória mórbida. No íntimo, acalenta o sentimento de culpa e impotência diante da fatalidade, da maldição da sua acrofobia, que mais uma vez o impedira de salvar uma vida.
Hitchcock conduz a narrativa de maneira contundente, mudando a iluminação toda vez que um acontecimento importante vai acontecer. Quando tudo parece disperso e preso à obsessão doentia pela lembrança da morta, uma nova e explosiva surpresa invade o cotidiano melancólico de Scottie. Ao entrar em uma floricultura, ele vê caminhar na calçada uma mulher muito parecida com Madeleine. Atônito, confuso e obstinado, ele segue a misteriosa mulher até onde ela mora. Descobre que a estranha chama-se Judy Barton, que veio do Kansas e trabalha como vendedora na Magnin’s.
A jovem, fisicamente idêntica a Madeleine, traz um semblante mais simples, típico do interior, sem o glamour misterioso da mulher morta, sem as nuances de angústia e perturbação latentes.Decidido a perseguir a sua imagem de desejo, ele convida a mulher para jantar. A jovem aceita o convite.
Mas nada é linear neste filme, pelo contrário, tudo é complexo, tecido em armadilhas psicológicas que se interligam a cada cena. Inesperadamente Judy Barton olha para a câmera, umflashback rasga a cena, fazendo com que a jovem divida o seu segredo com o espectador. É revelada a sua participação no plano de Gavin Elster para assassinar a mulher. Judy Barton foi contratada para fazer-se passar por Madeleine diante de Scottie, assegurando que ele testemunhasse o seu suicídio. Enquanto ela distraía o detetive, a verdadeira Madeleine era assassinada pelo marido, atirada do alto da torre.
No fim das lembranças reveladoras de Judy Barton, ela decide contar toda a verdade a Scottie, escrevendo-lhe uma carta. Na confissão escrita, ela dizia que o único erro do plano tinha sido o fato de ter se apaixonado por ele. Mas em um ímpeto, Judy Barton corta a carta em pedaços.
Mais tarde Hitchcock revelaria que este fora o momento crucial para ele, que ficara em dúvida entre o suspense e a surpresa. Ao optar pela surpresa da revelação, ele conduz a narrativa do filme através da pergunta de como Scottie iria reagir ao saber da verdade.

A Obsessão de Scottie

Scottie e Judy jantam juntos. Apaixonado, o detetive deixa-se levar pela imagem que a jovem desperta na sua memória, tentando reviver através dela, o desejo que se findara em Madeleine.
Os jogos das paixões e desejos desencontram-se das personagens, que vivem os seus sentimentos fragmentados na visão diferente do objeto de amor de cada um. Enquanto Judy vive o seu amor pleno por Scottie, ele ama cada vez mais a Madeleine que um dia ela fora. Ela ama o homem. Ele ama a imagem, o mito, a lembrança, o desejo de tocar Madeleine mesmo depois da morte.
A obsessão de Scottie por Madeleine faz Judy sofrer. Mesmo assim, para agradá-lo, ela aceita transformar-se em Madeleine, vestindo-se a pedido dele, como a morta. Numa das cenas mais marcantes do filme, Judy sai do banheiro coberta de luzes de néon verde, acentuando a transformação em Madeleine. Ao vê-la transformada, os olhos de Scottie brilham, explodindo uma tristeza quase que a gerar uma lágrima, um sentimento de perda ao saber que a Madeleine que tanto deseja está ali, em corpo, mas numa alma etérea, que ele jamais alcançará. Scottie tentará,obsessivamente, recriar Madeleine através de Judy, fazendo com que freqüente os lugares onde ela passou, que use as roupas, as jóias, a cor dos cabelos, tudo que lhe traga de volta a memória amada, humilhando a apaixonada, submissa e culpada mulher que se viu irremediavelmente presa a ele.
James Stewart leva a obsessão de Scottie ao extremo, dando-lhe um rosto às vezes assustador, até mesmo cruel, quando Judy implora para que ele não a obrigue a pintar os cabelos da cor dos de Madeleine, e ele quase que lhe agride. É preço que ela tem que pagar pelo crime do qual fora cúmplice, a expiação pela culpa de não revelar a farsa que era o objeto de obsessão do amado. James Stewart revela a outra face de Scottie, numa interpretação magnífica que o distancia da imagem tradicional de bom moço, do bom americano que se lhe fincara ao longo da carreira. Imagens densas são extraídas do seu rosto, pontuadas com a tensão de uma frenética trilha sonora, na magnificente música de Bernard Herrmann.

Outro Corpo Que Cai

A obsessão de Scottie em transformar Judy em Madeleine só é quebrada quando, um dia, ela pede-lhe que a ajude com um colar, fazendo um gesto que evidencia o que ele jamais quis enxergar, Judy e Madeleine são a mesma pessoa. Que amara uma ilusão, uma criação feita sob medida para dar cor a sua vida pacata e sem nuances, mergulhada na culpa das suas vertigens diante da acrofobia.
O momento da descoberta de Scottie, tão aguardado desde a cena em que Judy revelara o seu segredo à platéia, conduz ao desfecho final da trama. O detetive descobre que fora usado por Gavin Elster. Fora escolhido para testemunhar a morte da verdadeira Madeleine, sem que pudesse interferir, pois o amigo assassino sabia da sua acrofobia, fator fundamental para que se montasse a farsa.
Ciente da verdade, Scottie convida Judy para jantar na Península. Num ardil final, ele a leva de volta onde a farsa fora arrematada, à Missão Espanhola de São João Batista. Judy percebe que o momento da confrontação final chegara.
Diante da torre, Scottie pede que Judy seja Madeleine por alguns momentos, tendo como objetivo tentar acendrar todos os seus medos e angústias, espantando-os de vez dos confins das suas mentes. Judy recusa a obedecê-lo. Mas Scottie está obstinado a cumprir o ritual, obrigando a jovem a subir a longa escada de madeira que dá passagem para o topo da torre. Sob o espectro da vertigem, o detetive prossegue na busca da verdade, da reconstrução dos detalhes que culminaram no assassínio da verdadeira Madeleine.
Mas a subida da torre não funciona apenas como a revelação da verdade, é a confrontação final da psicanálise com os medos. Durante a subida, a última vertigem não vem. Scottie continua desperto, sem paralisações. Descobre que no turbilhão das emoções pelas quais passara, vencera a acrofobia. Voltar ao local do seu último medo e desequilíbrio emocional exorcizara-lhe os medos, em um último conflito entre o corpo e a mente. Estava curado.
No topo da torre, Judy insiste que o ama. Que o sentimento por ele fora a única verdade de toda aquela farsa. Scottie rende-se finalmente a ela, não ao fantasma de Madeleine. Os dois abraçam-se e beijam-se apaixonadamente, unidos pela verdade de cada um, sem as máscaras, sem a pluralidade da alma.
Mas nada em “Vertigo” é maior do que as impressões da mente. Quando a trama se arrasta para um final feliz, um espectro surge vindo do barulho de passos. Uma sombra de mulher aparece, aterrorizando a mente culpada de Judy, que pensa ser o fantasma de Madeleine. Profundamente abalada, ela recua, perdendo o equilíbrio, caindo do alto da torre. O vulto que desencadeara os fantasmas de Judy, lançando-a na queda mortal, era de uma freira. Judy tem o mesmo final da mulher que substituíra e fora assassinada. Ironicamente, o mesmo final da Madeleine pela qual Scottie apaixonara-se obcecadamente. O detetive, curado da vertigem das alturas, encerra a trama com o gosto amargo da perda da maior ilusão da sua vida.
Vertigo” é um dos filmes que mais impregna o estilo de Alfred Hitchcock. Na época obteve duas indicações para o Oscar, nas categorias de melhor som e melhor direção de imagem. O Festival de Cinema de San Sebastian, na Espanha, deu ao filme os prêmios de melhor diretor a Alfred Hitchcock e melhor ator a James Stewart. Na época do seu lançamento não chegou a constituir um sucesso estrondoso, sendo descoberto depois, tornando-se o filme mais cultuado pelos admiradores de Hitchcock. No decorrer do tempo, os negativos originais de “Vertigo” deterioraram-se em conseqüência de uma má conservação. Em 1996, foi totalmente restaurado por James Katzos e Robert Harris, num processo que custou um milhão de dólares.
O resumo foi retirado do blog VIrtuália. Para ler o post original clique AQUI 
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